Review livro Mau começo - Desventuras em série

      Confesso que decidi ler Desventuras em série por causa da série da Netflix que estreará dia 13 de janeiro. Já havia um interesse pela série de livros, mas depois da noticia que viraria série de TV e pela Netflix que tem feito ótimos projetos, principalmente no que diz a respeito a transformar péssimos filmes em ótimas séries eu decidi ler de uma vez por todas, e a tempo para a estreia.

          Houve boatos (de que eu estava na pior) de que na 1° temporada serão adaptados os primeiros quatro livros de Desventuras, como eles são pequenos e a leitura flui muito bem acredito que terminarei todos a tempo, o primeiro eu já terminei e aqui falarei dele.

         O primeiro livro se chama Mau Começo e mostra a vida dos irmãos Baudelaire virando de cabeça para baixo quando recebem a noticia de que os pais morreram em um incêndio e precisam morar com um tio de parentesco distante pois é o parente mais próximo. Só que sabemos que ele é horrível e trata as crianças muito mal.

            O narrador do livro é o Lemony Snicket, que conta a historia desses órfãos de uma forma tão inusitada que nos faz amar o livro de cara. A mistura de pessimismo e bom humor na forma que ele escolhe as palavras (conceituando elas em alguns ótimos momentos) e conduz a narrativa torna a experiência melhor ainda, e o nos faz o favoritar em nosso coração literário.

           As crianças também são adoráveis. Temos a mais velha Violet uma menina de 14 anos muito bonita que não liga muito para “coisas de menina” (se é que existe isso) ela prefere inventar coisas, além de ser obrigada a amadurecer rápido para cuidar dos irmãos. Temos também Klaus, o irmão do meio que ama livros e é bem inteligente, sempre explicando o significado das palavras para as irmãs e a mais fofa de todas,a Sunny, um bebe que apesar de não saber muitas palavras é bem engraçada, a tornando alivio cômico em alguns momentos, além de morder que é uma beleza. 

          Os irmãos são excelentes personagens que qualquer criança (ou até adulto, eu por exemplo) podem se identificar. E eles são amigos, cuidam um do outro e se amam acima de tudo. Pena que o destino não foi muito amigável com eles, tanto que o próprio narrador avisa que os livros não são aqueles onde encontramos “finais felizes” e com eles é uma decepção atrás da outra.

          Há coisas no livro que apenas adultos conseguirão captar como o fato do sistema de adoção ser falho, deixam as crianças com parentes e não procuram saber a índole dos mesmos ou se eles estão cuidando bem delas. Ele também aborda o trabalho escravo infantil e a agressão. Essas partes são bem adultas e pesadas.

Também temos pequenas lições espalhadas pelo livro, cheguei a circular algumas, uma em particular falou profundamente comigo:

“Mas as crianças sabiam, Como tenho certeza de que vocês também sabem, que por pior que seja o ambiente a nossa volta ele pode ser suportado, desde que as pessoas que nele se encontram sejam interessantes e gentis"

        Esse trecho falou profundamente comigo principalmente pelo atual momento que estou vivendo. Posso dizer que esse primeiro livro veio em hora certa e espero que os próximos sejam tão encantadores e deliciosos de se ler como foi esse.