sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Review 2° temporada Preacher


          As opiniões sobre a 1° temporada de Preacher são bem divididas, há aqueles que amaram a originalidade, o elenco e a ousadia da série e outros que criticaram pela divergência com as HQS. Independente do que cada um achou, essa 2° temporada chegou com os dois pés na porta e trouxe primeiros episódios de uma qualidade inquestionável, pena que ela foi perdendo a força e a criatividade ao longo dela.
           A cidade onde eles viviam e Jesse tinha sua igreja na 1° temporada explodiu e essa é coisa mais impactante do termino da temporada anterior, já que eles descobriram que Deus tinha tirado umas “férias” e que Jesse tinha mandado Eugene para o inferno com o poder do Genesis, então Jesse, Cassidy e Tulip partem em sua Road trip tão característica da HQ para encontrar Deus. Enquanto Eugene quer escapar de onde está.
            Aposto que os fãs da HQ ficaram bastante satisfeitos com alguns elementos dessa temporada, teve a Road trip, teve o santo dos assassinos e teve Her Starr, os dois vilões queridos pelos fanáticos. Esses novos personagens estão muito bem caracterizados e muito bem atuados. Graham McTavish faz esse assassino que veio do inferno só para matar Jesse (uma morte encomendada por outro personagem) e ele parece realmente invencível, muito mais do que o vilão da 1° temporada, afinal ele é praticamente um ser sobrenatural, que não morre com tiros e nunca descansa, pois ele não tem uma alma, isso o torna mais temível ainda.
           Pip Torrens é um ótimo ator que trás momentos cômicos há um vilão inescrupuloso. Ele não é tão perigoso quanto o citado anteriormente, mas é tão frio e insensível quanto, o visual de ambos só acrescenta pontos à atuação deles, em Starr também há um bom trabalho de maquiagem, a série já se mostrou boa nessa parte graças à cara horrenda de Eugene, mesmo que essa temporada mostre o ator sem a deformidade do rosto.
            Nessa temporada conhecemos mais o passado de Eugene e como foi o acidente que o deixou daquela forma, na verdade em um dos episódios eles o repetem a exaustão, chega a ser até irritante, mas dá oportunidade de mostrar a carga emocional do personagem e como Ian coletti que o interpreta é expressivo. O núcleo do inferno foi uma das coisas mais interessantes dessa temporada, pois ele apresentou as personalidades que estavam lá, inclusive a maior de todas, o próprio Hitler em pessoa sendo bonzinho com Eugene e se mostrando arrependido de tudo que causou.


          Noah Taylor é quem interpreta Hitler e ele é um rosto conhecido, infelizmente só interpretou coadjuvantes até agora, mas fez muito bem cada um deles, aqui não está diferente, seu Hitler é amável, gentil e claro manipulador. Os flashbacks de antes da 2° guerra mundial que mostra Hitler em um encontro no restaurante em meio a funcionários e clientes que são judeus e homossexuais e ele nem um pouco incomodado com isso é sensacional. [ALERTA DE SPOILER] : ainda bem que no ultimo episódio ele mostra quem ele realmente é, que ele apenas usou Eugene para escapar do inferno (afinal ele bonzinho não era nada ele) e Eugene não parece se incomodar com ele escapando, espero que na próxima temporada eles invistam nas maldades do Hitler e nas descobertas desse mundo novo, espero que acertem a mão nesse personagem que pode proporcionar ótimos momentos (assim como proporcionou nessa) talvez uma 3° guerra mundial?
           Outro personagem novo que temos é Dennis, um parente distante de Cassidy que os acolhe, ele começa como um mero enfeite na série mas logo vai ganhando importância e outras coisas vão sendo acrescentadas ao personagem [ALERTA DE SPOILER] a morte desse personagem trouxe sentimentos divergentes, pois ao mesmo tempo que vimos o verdadeiro Cassidy agindo e sendo aquele cara babaca (porém sempre maravilhoso) que vai eliminar o que estiver em seu caminho e no de seus amigos, também é chocante ver ele matando seu único vinculo de humanidade.
           Dominic Cooper, Ruth Nega e Joseph Gilgun, continuam ótimos em seus personagens, implacáveis, sarcásticos e fieis um ao outro. Apenas Tulip decepciona algumas vezes, pois enquanto ela se mostra badass em algumas cenas, em outras vira um capacho de Jesse, vivendo em função de suas vontades e atendendo seus pedidos, inclusive de servir bebida aos gritos. Contudo continua uma das melhores personagens femininas da atualidade.
     Essa é uma temporada de muitas qualidades, a cinematografia da série está absurdamente boa, principalmente nas cenas de perseguição dos primeiros episódios (há uma cena excelente no primeiro) e a trilha sonora também está caprichada. Quanto ao roteiro ele teve todos esses acréscimos que foram bem vindos, mas na metade para o final parecia perdido quanto ao objetivo da série, derrapando em alguns momentos e deixando a série bem boring. Nem parecia a série eletrizante de quando começou a 2° temporada. Houve também alguns momentos de blasfêmia que foram too much. De qualquer forma, essa é disparada a melhor temporada de Preacher até agora, tanto em técnica quanto em narrativa.

ps: as piadinhas com celebridades são sempre maravilhosas.

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