Você
já imaginou como seria a vida das pessoas ao seu redor se você nunca tivesse
existido? Talvez você diga que o mundo seria um lugar melhor sem você mas
aposto que não, suas pequenas boas ações podem influenciar a vida das pessoas e
até mudar essas vidas, é disso que se trata o filme A felicidade não se compra,
de 1947.
Em
It’s a Wonderful Life Clarence é um candidato a anjo que recebe a missão de fazer
George bailey desistir de se suicidar e ver como sua vida foi boa.
O
começo do filme mostra dois pontos de luz conversando sobre a missão de
Clarence, um é o próprio (quase) anjo e Deus, e por meio da técnica do
Flashback Deus mostra para Clarence toda a trajetória de George, um homem
bondoso, aventureiro e divertido que viveu sua vida para ajudar os outros e
queria tira-la por não ter mais motivação para viver, ele está falido e
frustrado por não ter conquistado tudo que queria, um desses sonhos era viajar
pelo mundo.
George
era um menino que morava com seus pais e seu irmão mais novo e o filme mostra
como ele era uma alma boa desde novo, nas primeiras cenas isso já fica evidente,
pois ele salva seu irmão em uma de suas brincadeiras e em consequência fica surdo
de um ouvido. Em seu primeiro emprego em uma farmácia ele também ajuda seu
patrão abatido pela morte do filho. Na juventude conhece Mary, uma bela menina,
tão divertida quanto ele e os dois logo se apaixonam. Os dois formam um dos
casais com mais química e afinidade do cinema, pena que não são mencionados nas
listas de melhores casais da sétima arte.
E
apesar de todas as características boas de George, ele sempre se deixou em
segundo plano, preferiu que seu irmão fosse estudar em uma boa universidade para
assumir os negócios do pai, concedia bons empréstimos para os moradores de sua
cidade e deixou de realizar o sonho da viagem pelo mundo por causa das outras
pessoas. No fim estava ranzinza e rancoroso. Até ver como seria horrível a vida
das pessoas ao seu redor se ele não tivesse existido.
George
é interpretado pelo queridinho do Hitchcock, James Stewart, que tem a aparência
perfeita para interpretar o “sujeito gente boa” assim como o Tom Hanks nos dias
de hoje. Seu tempo de comédia, sem exageros corporais é essencial para o
funcionamento do personagem, o que torna interessante a passagem de um sujeito
entusiasmado e bem humorado há alguém cansado de tudo e todos. Ele também
consegue se sair bem nas cenas de drama, seu semblante entrega todo o desgosto
sofrido pelo personagem, até o suor por terem gravado em uma época quente conta
a seu favor.
Mary
é interpretada pela Donna Reed, que assim como James equilibra bem a comédia e
o Drama, ela se mostra uma mulher eternamente apaixonada pelo marido e que
sempre se esforça para vê-lo feliz. Mesmo quando ele diz coisas que não deveria
ou muda os planos deles (como foi na lua de mel) e mesmo sendo uma romântica, a
personagem é decidida e age à sua maneira, inclusive falando de sexo
abertamente.
Todo
o elenco do filme foi muito bem escolhido, dos coadjuvantes até os figurantes.
Todos tem sua parcela de importância na trama.destaque para o “vilão” Mr
Potter, interpretado pelo Lionel Barrymore, que é um homem que só pensa em si
mesmo e quer dominar a cidade, o anjo Candance interpretado pelo fofo Henry
Travers, e o também simpático irmão de George interpretado pelo Todd Karns.
O
filme foi escrito e dirigido por Frank Capra, um cineasta Italiano que foi
naturalizado americano e ganhou 3 Oscars como melhor diretor e o globo de ouro
de diretor por esse filme. Seus trabalhos incluem Aconteceu naquela noite e A
mulher faz o homem,esse ultimo também com James Stewart.
A
felicidade não se compra é aquele filme perfeito para se assistir na véspera de
natal e voltar a ter esperança na humanidade. Ele fala sobre como as coisas
simples da vida podem ser muito mais gratificantes que ser podre de rico e viajar
o mundo mas não ter ninguém, fala também sobre o valor da amizade e como ter
amigos é o melhor presente que alguém pode ter, pois em paralelo com o objetivo
do anjo, são essas coisas que proporcionam asas para conquistar coisas boas. Com
uma fotografia em preto e branco belíssima (também há a versão technicolo) um
elenco adorável, roteiro bem escrito (apesar de alguns diálogos expositivos e resoluções
fantasiosas) direção primorosa e uma mensagem otimista no final, It’s a
wonderful life é um filme acolhedor e inesquecível, daqueles que você assistirá
em vários momentos de sua vida só para se sentir feliz, agora que descobri essa
preciosidade farei isso com certeza.
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