O
slasher foi um subgênero que ficou muito conhecido nos anos 80, ele é uma
mistura de terror gore (repleto de sangue e mutilações) com comédia e fazia
tempo que essa junção não dava tão certo, até assistir A Babá, novo filme da
Netflix que está surpreendendo bastante, provando que galhofa pode ser bem
feita.
Em
a babá, Cole é um adolescente que sofre Bullying, mas tem essa babá gata que
todos babam, até ele descobrir que ela não é tão boazinha como ele achou que fosse.
Sim,
a premissa é bem batida e sim, é bem anos 80 também, o que aproximará os mais
nostálgicos, ou aqueles que não viveram essa época, mas amam os filmes dela (eu
mesma) o menino é o típico nerd que só tem uma amiga que é sua vizinha e vive
sendo perseguido por esse grupo de meninos que não tem a tipica aparência dos
valentões populares da escola, parecem ser tão perdedores quanto ele, está ai
uma coisa que difere do clássico “nerd que é perseguido pelo popular bonitão”
Outra
diferença é na personalidade da babá, que é gostosa, mas também inteligente,
divertida e agradável com o menino. É claro que ela tinha um motivo para isso,
mas o primeiro ato do filme é referência clara ao oitentista Mulher Nota mil,
onde também havia um mulherão da p... que tinha diversas qualidades além de sua
beleza, e que tratava bem os nerds e não tinha preconceito de andar com eles,
sendo amorosa, entusiasmada e engraçada ao lado deles, tão diferente das que os
tratavam como lixo só por eles serem diferentes fisicamente e intelectualmente.O primeiro ato é tão divertido que poderia durar o filme inteiro, a cena onde eles assistem ao filme de faroeste no cinema improvisado no jardim e reproduzem as cenas do filme em uma sincronia perfeita é muito divertido, assim como as citações que ambos fazem de clássicos como O Poderoso chefão, ET e filmes de ficção cientifica, a listinha que eles elaboram entre si aquece nosso coração nerd e cinéfilo. Após isso, com a introdução do grupo de amigos da babá Bee e a revelação do ritual satânico que eles participam, predominam as referências à filmes clássicos do gênero como A Hora do pesadelo e pânico.
O
menino Cole é interpretado pelo Judah Lewis, que é um ator mirim bem
competente, da metade para o final ele praticamente carrega o filme, tentando
fugir do grupo que está em seu encalço. Bee é interpretada por Samara Weaving
que é uma beldade de beleza selvagem e gótica ao mesmo tempo, sua aparência
impressiona, mas o que mais impressiona é sua atuação, ela talvez seja uma das
melhores atrizes do padrão “modelo-atriz” ela convence em todas as facetas da
sua personagem, quando ela é boa, quando ela é má e quando se mostra
arrependida de algo (mesmo que seja uma atuação dentro de sua atuação).
Outros
rostos famosos do elenco (e dos adolescentes) que se saem bem em seus personagens
propositalmente estereotipados são a Bella Thorne (a líder de torcida burra),
Robbie Amell (o atleta gostoso e burro), Andrew Bachelor (o negro escandaloso)
e Hana Mae Lee (a hipster metida a inteligente) todos têm seus momentos
engraçados, principalmente Bella com a fixação por seu peito baleado e Robbie
(que repete seu personagem de DUFF, onde também atuou ao lado de Bella) que tem
um momento divertido de “brother” com o protagonista. A menina que interpreta
sua vizinha Melanie (e futuramente namoradinha, outro clichê) a atriz Emily
Alyn Lind, também é ótima, ela é a amiga inteligente.
A
babá é a personificação da fantasia de todo nerd, tem a babá espetacular que
manja de cinema, a vizinha que tem um crush por ele e as aventuras de fugir dos
“vilões” explodindo coisas e fazendo planos malignos. O ato final é a prova que
talvez a mente do menino não seja tão diferente do grupo que o perseguia, mesmo
sendo questão de sobrevivência. As referências cinematográficas, o saudoso
sangue falso, as cenas engraçadas e a trilha sonora que casa perfeitamente com
a loucura que é esse pacote todo torna o filme uma ótima escolha para o halloween
e para se assistir despretensiosamente com os amigos em uma tarde/noite de
sábado.
ps:
We Are de Champion nunca foi tão bem utilizada quanto foi aqui (rindo até
agora)
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