quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Review filme A Babá netflix


          O slasher foi um subgênero que ficou muito conhecido nos anos 80, ele é uma mistura de terror gore (repleto de sangue e mutilações) com comédia e fazia tempo que essa junção não dava tão certo, até assistir A Babá, novo filme da Netflix que está surpreendendo bastante, provando que galhofa pode ser bem feita.
          Em a babá, Cole é um adolescente que sofre Bullying, mas tem essa babá gata que todos babam, até ele descobrir que ela não é tão boazinha como ele achou que fosse.
          Sim, a premissa é bem batida e sim, é bem anos 80 também, o que aproximará os mais nostálgicos, ou aqueles que não viveram essa época, mas amam os filmes dela (eu mesma) o menino é o típico nerd que só tem uma amiga que é sua vizinha e vive sendo perseguido por esse grupo de meninos que não tem a tipica aparência dos valentões populares da escola, parecem ser tão perdedores quanto ele, está ai uma coisa que difere do clássico “nerd que é perseguido pelo popular bonitão”
             Outra diferença é na personalidade da babá, que é gostosa, mas também inteligente, divertida e agradável com o menino. É claro que ela tinha um motivo para isso, mas o primeiro ato do filme é referência clara ao oitentista Mulher Nota mil, onde também havia um mulherão da p... que tinha diversas qualidades além de sua beleza, e que tratava bem os nerds e não tinha preconceito de andar com eles, sendo amorosa, entusiasmada e engraçada ao lado deles, tão diferente das que os tratavam como lixo só por eles serem diferentes fisicamente e intelectualmente.
              O primeiro ato é tão divertido que poderia durar o filme inteiro, a cena onde eles assistem ao filme de faroeste no cinema improvisado no jardim e reproduzem as cenas do filme em uma sincronia perfeita é muito divertido, assim como as citações que ambos fazem de clássicos como O Poderoso chefão, ET e filmes de ficção cientifica, a listinha que eles elaboram entre si aquece nosso coração nerd e cinéfilo. Após isso, com a introdução do grupo de amigos da babá Bee e a revelação do ritual satânico que eles participam, predominam as referências à filmes clássicos do gênero como A Hora do pesadelo e pânico. 


          O menino Cole é interpretado pelo Judah Lewis, que é um ator mirim bem competente, da metade para o final ele praticamente carrega o filme, tentando fugir do grupo que está em seu encalço. Bee é interpretada por Samara Weaving que é uma beldade de beleza selvagem e gótica ao mesmo tempo, sua aparência impressiona, mas o que mais impressiona é sua atuação, ela talvez seja uma das melhores atrizes do padrão “modelo-atriz” ela convence em todas as facetas da sua personagem, quando ela é boa, quando ela é má e quando se mostra arrependida de algo (mesmo que seja uma atuação dentro de sua atuação).
        Outros rostos famosos do elenco (e dos adolescentes) que se saem bem em seus personagens propositalmente estereotipados são a Bella Thorne (a líder de torcida burra), Robbie Amell (o atleta gostoso e burro), Andrew Bachelor (o negro escandaloso) e Hana Mae Lee (a hipster metida a inteligente) todos têm seus momentos engraçados, principalmente Bella com a fixação por seu peito baleado e Robbie (que repete seu personagem de DUFF, onde também atuou ao lado de Bella) que tem um momento divertido de “brother” com o protagonista. A menina que interpreta sua vizinha Melanie (e futuramente namoradinha, outro clichê) a atriz Emily Alyn Lind, também é ótima, ela é a amiga inteligente.
           A babá é a personificação da fantasia de todo nerd, tem a babá espetacular que manja de cinema, a vizinha que tem um crush por ele e as aventuras de fugir dos “vilões” explodindo coisas e fazendo planos malignos. O ato final é a prova que talvez a mente do menino não seja tão diferente do grupo que o perseguia, mesmo sendo questão de sobrevivência. As referências cinematográficas, o saudoso sangue falso, as cenas engraçadas e a trilha sonora que casa perfeitamente com a loucura que é esse pacote todo torna o filme uma ótima escolha para o halloween e para se assistir despretensiosamente com os amigos em uma tarde/noite de sábado.

ps: We Are de Champion nunca foi tão bem utilizada quanto foi aqui (rindo até agora)

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