Continuação
do filme cult de 1982, esse Blade Runner 2049 dá sequencia há esse universo com
fidelidade e paixão ao filme que lhe deu passagem. Ele está com 97% de
aprovação no Rotten, mas a bilheteria não está das melhores, enquanto os fãs do
primeiro filme se mostram satisfeitos com ele, os novos estão indo desavisados
para o cinema e se decepcionando, isso se dá por dois problemas: Marketing
errado e um publico que não está preparado para a mente de Denis Villeneuve.
K
é um modelo novo de replicante que tem o trabalho de localizar e aposentar
modelos antigos que ainda existem, em um desses trabalhos ele localiza uma
caixa com restos mortais e segredos do passado de Deckard.
O
filme já começa com uma baita referencia do filme anterior, com o grande e
expressivo olho, que em 1982 era do ator Rutger Hauer, que vivia o vilão do
primeiro longa. E referências é o que não vai faltar nesse aqui, e elas não
funcionam somente como atrativos para os fãs mais nostálgicos, elas ganham um
nova roupagem e nos fazem revisita-lo de uma forma bastante original. Inclusive
a icônica cena da chuva é repetida aqui duas vezes, na segunda (que acontece no
final) a chuva é substituída por outro elemento natural, dessa vez mais gelado.
A aparição de antigos personagens também faz parte desse pacote, um deles
Deckard que não poderia faltar, afinal ele continua sendo o personagem mais
importante de Blade Runner.
Harrison
Ford reprisa seu papel e volta melhor do que na primeira vez, diferente de seus
outros reboots em filmes como Star Wars e Indiana Jones, aqui ele está mais
esforçado e a vontade em seu papel. Ele continua sendo o personagem mais
importante, pois tudo parte dele, a nova investigação, a busca por seus segredos,
o motivo de sua aposentadoria, tudo isso precisa ser descoberto por K,
personagem de Ryan Gosling, que circula bem na linha tênue entre traspor suas
emoções mais humanas e segurá-las ao Maximo. Ryan está se tornando cada vez
mais um dos melhores atores dessa geração. E um dos mais memoráveis também,
graças às suas ótimas escolhas de projetos.
Todo
o elenco está muito bem, Robin Wright (maravilhosa também em House of Cards e
Mulher Maravilha) Dave Bautista, Ana de Armas, Mackenzie Davis, Sylvia Hoeks e
o vilão é interpretado por Jared Leto, que está bem, mas que só tem duas cenas
e não faz nada demais nelas, na verdade ele está bem “Leto” tentando alcançar
sempre um patamar mais alto, mas que dessa vez não tem muito sucesso, assim
como seu coringa em Esquadrão suicida.
Visualmente
o filme é impecável, Blade Runner sempre nos encantou quanto a isso, desde 1982
tínhamos elementos visuais muito bem feitos. As cores misturadas às luzes, os
hologramas, as propagandas flutuantes, desde aquela época isso existia (e de
forma bem executada) e agora só aprimoraram, o tornando (como disseram) uma
experiência cinematográfica, apenas discordo em um detalhe: ele sempre foi,
desde o primeiro. Os efeitos de ponta aplicados na personagem de Ana Armas (inclusive
em uma cena de sexo a 3 sensacional, mas que poderia ter sido mais longa) é
algo que se não concorrer aos prêmios técnicos do Oscar resultará em uma das
maiores injustiças da premiação.
E
por falar em injustiça, o filme não está agradando ao grande publico, os
trailers estão o vendendo como um filme de ação repleto de explosões e
correria, por isso as pessoas estão indo para os cinemas esperando ver algo de
Michael Bay e não do Villeneuve. O filme tem duas horas e quarenta de duração e
por isso a narrativa é mais lenta que a do primeiro, mas quem gosta do primeiro
já sabe o que esperar, eles sabem que esses filmes são ficção cientifica pura e
não um filme de ação genérico. Prefiro que as pessoas saiam do cinema
reclamando disso do que se apreciassem porque fizeram algo mais adequado com os
filmes de correria que temos hoje. Praticamente todas as pessoas da minha
sessão saíram reclamando, um grupo inteiro de amigos saiu na metade do filme,
as pessoas não estavam nem dando chance para o que o filme queria dizer, eles
não queriam entender a filosofia por trás de falar de vida através do olhar de
um replicante, eles queriam ver ação sem conteúdo do começo ao fim e não
encontraram isso.
Villeneuve
foi uma sabia escolha para dirigir, pois ele é visionário e criativo, ele
consegue trazer peças antigas para um nojo jogo sem desgasta-las, assim como
pegou todos os clichês de filmes de invasão alienígena jogou no lixo e fez um
gênero novo com A Chegada.
Portanto,
Blade Runner 2049 foi feito para um publico que é fã, para um publico que
gostou de A chegada e que gosta de pensar e refletir sobre as questões que o
filme aborda, pessoas que já estão acostumadas a não ter todas as repostas
sobre o filme nas mãos e que apesar de ter uma narrativa lenta, ela não é
arrastada, ela é instigante, nostálgica e inovadora. Que nos engana com seu
plot twist e pode atrair uma nova audiência, infelizmente ele está sofrendo do
mesmo mal que seu antecessor e o publico por não entender não estão apreciando,
mas assim como o primeiro, vamos aguardar alguns anos até ele virar Cult.
Blade Runner 2049, é uma excelente sequência do clássico, mantendo o seu clima e ritmo, não tornando o filme um genérico de ação, como aconteceu em outros filmes que foram rebootados como "Vingador do Futuro" e "RoboCop". O filme Blade Runner 2049 me manteve tensa todo o momento, se ainda não a viram, eu acho que é um dos melhores filmes de ficção cientifica que foram lançados.. No elenco vemos Ryan Gosling e Ana de Armas, dois dos atores mais reconhecidos de Hollywood que fazem uma grande atuação neste filme. Realmente a recomendo.
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