Psicose
era mais um filme clássico que estava na minha lista para assistir. É quase um
crime eu como cinéfila nunca ter assisto a esse filme, mas recentemente
coloquei na cabeça que só assistiria depois de ler o livro e assim eu fiz. É
claro que já sabia vários spoilers do filme, inclusive um pouco do desfecho final,
mas muitas coisas ainda me surpreenderam.
Esse
é um filme de suspense/terror lançado em 1960 e dirigido e produzido pelo ícone
Alfred Hitchcock. Nele Marion Crane se vê tentada quando recebe 40 mil dólares
para ser depositado no banco por ordem do patrão, com esse dinheiro ela poderia
ajudar seu namorado Sam que está passando por grandes dificuldades financeiras,
o que impede o casamento dos dois. Na fuga ela para no Bates Motel, onde o
proprietário é um homem muito estranho chamado Norman Bates e lá é assassinada
brutalmente enquanto toma banho.
A
cena do chuveiro é clássica e todos conhecem, até aqueles que nunca viram o
filme ou até mesmo não conhecem muita coisa sobre cinema. É uma cena bastante
conhecida. A trilha sonora, o suspense da entrada do assassino no banheiro, a
expressão da vítima, todos elementos conhecidos pelo público e reconhecidos
pela ótima execução. Uma das melhores cenas de suspense do cinema, se não for a
melhor. O filme é todo em preto e branco (o orçamento não era dos maiores na
época e foi filmado com uma equipe vinda da televisão) e isso ajuda na tensão
da cena e de todo o filme.
Após
a morte de Marion, sua irmã Lila e Sam seu namorado começam a procura-la juntos
e com eles o detetive Arbogast que consequentemente se torna outra vítima do
assassino psicótico que reside no Bates motel. Sabemos que só há duas pessoas
suspeitas e a partir da primeira morte no hotel, a de Marion, já fica
subentendido quem que a causou. Mas Psicose é um filme de mistérios e
reviravoltas, e as coisas começam a ficar mais esquisitas.
Marion
Crane é interpretada por Janet Leight, mãe de Jamie Lee Curtis (Screem Queens)
ela inclusive concorreu ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante e realmente
está muito bem no papel. Sempre com a expressão de infelicidade e desconfiança.
Ela sustenta muito bem as características da personagem do livro e a interpreta
com qualidade. Vera Miles (Lila) e John Gavin (Sam) estão razoáveis em seus
papeis, nada excepcional apenas competente, John é muito charmoso também, não
imaginei Sam daquela forma, o que me surpreendeu fisicamente.
Mas
de todos os atores quem realmente surpreende e rouba a cena é Anthony Perkins
como Norman Bates, e não poderia ser diferente, já que é o protagonista e o
ponto alto da trama. O ator é bem diferente do que é descrito no livro, ele não
é gordo e não usa óculos, pelo contrário, ele é alto, bem magro e até um pouco
fofo devido a timidez. O ator está ótimo no papel, tanto que foi o papel da
vida dele, ele realmente faz o tipo desengonçado e esquisitão. Porém um filho
dedicado acima de tudo. A amizade com sua mãe é uma coisa bem doentia e é bem
evidente no livro e filme. Essa devoção e ciúme é algo bem perturbador. Mesmo a
mãe sendo uma pessoa bem difícil. A atuação de Anthony é bem parecida com a de
Andrew Garfield, pelo menos ao meu ver, se fizessem um remake (mas de qualidade
e não como os anteriores que são horríveis) poderiam colocá-lo facilmente no
papel de Norman. Mas isso por que ainda não vi a atuação de Freddie Highmore na
série Bates Motel.
O
filme tem muitas semelhanças com o livro de Robert Bloch, no qual Alfred se
baseou completamente, inclusive ele mandou seu assistente comprar todos os
exemplares do livro para que ninguém conhecesse o final. Este é um excelente
filme para aqueles que estão querendo ver filmes clássicos, pois apesar do
tempo ele é contemporâneo e capta sua atenção durante todas as quase 2 horas.
Com uma direção impecável, (a forma como a câmera se aproxima do rosto e depois
se afasta é muito peculiar) uma fotográfica marcante, a violência implícita que
não mostra muito sangue e nem cenas grotescas, o sexo que não é escancarado
(como na cena em que ela está nua no chuveiro, mas a câmera não expõe suas partes
intimas) tudo é muito sutil e o terror do filme só fica a cargo das boas
performances dos atores. A cena final onde se revela quem matou as vítimas é
arrepiante assim como o famoso sorriso assustador de Norman no encerramento do
filme. É um filme que merece ser visto por todos, seja amante de cinema ou não.
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