A
Grande Aposta é um daqueles filmes que você reconhece que é genial mesmo sem
ter entendido nada. Ele é sobre quatro gestores que previram o colapso da
economia mundial. É baseado em uma história real e no livro de Michael Lewis.
Ele está indicado em cinco categorias e
merecia muito na categoria de melhor roteiro adaptado pois a linguagem técnica
dele impressiona. Ele tenta explicar para os leigos o que aconteceu em 2008,
onde ocorreu uma das maiores crises imobiliárias, só que é muito difícil
explicar isso para pessoas que assim como eu não entendem nada de economia e
cálculos. E o grande mérito do filme é justamente o roteiro com todas essas
camadas de genialidade e referencias.
As
atuações também são fortes. Steve Carell tem alguns momentos engraçados sem ao
menos estar fazendo graça, seu personagem possui alguns momentos cômicos apesar
de ser temperamental todo tempo (deve ser aí que está a graça) a forma como ele
entra nos lugares, rouba a cena e depois sai falando no celular é hilário. Há duas
cenas do tipo e você ri fazendo cara de what the fuck? Nas duas. Steve está
muito bem e vem se fortalecendo cada vez mais nos papeis dramáticos. Outro que
também está muito bem é Ryan Gosling, num personagem excêntrico e seguro de si.
Ele que é o narrador da trama e vai esclarecendo algumas dúvidas para os tais
leigos citados acima. E ele faz uso da quebra da quarta parede, ele fala com o
espectador e além das dúvidas também fala mal dos outros e solta comentários
questionáveis. Um recurso muito bem empregado no filme e do qual realmente não
estamos cansados. Seu personagem lembra o de Leonardo Dicaprio em O Lobo de
Wall Street, só que numa versão menos pirada.
Mas
o grande destaque é realmente Christian Bale, tanto que está concorrendo ao
Oscar como melhor ator coadjuvante. Se não estivéssemos tanto na torcida por Sylvester
Stallone ele poderia facilmente ganhar essa. Essa é uma das categorias mais difíceis
pois todos os coadjuvantes tiveram excelentes atuações. O personagem de
Christian é um sujeito introspectivo, esquisito, mas muito visionário e
inteligente. Ele é o tipo de patrão que vai trabalhar de bermudão, camisa,
chinelos (as vezes fica descalço) e possui um corte de cabelo mais esquisito do
que ele. Ele fica tocando bateria e ouvindo rock. Tem um olho de vidro e não
gosta de trabalhar em grupo. Fica dias em sua sala, as vezes sem até tomar
banho. Não é um cara ruim mas tem suas convicções e segue em frente nas suas ideias,
tanto que previu a bolha nas ações imobiliárias e investiu em suas ideias
enquanto todos o achavam louco. Bale é um excelente ator e já provou isso
diversas vezes e nesse ele está sensacional.
Os
outros atores coadjuvantes também são bons e olha que o time é grande, pois
eram várias pessoas com um único objetivo no filme. Brad Pitt também integra o
elenco mesmo que discreto, mas competente. Poderiam colocar qualquer outro ator
em seu lugar e ele foi lá e fez um papel totalmente secundário sem problemas de
querer aparecer.
A
grande Aposta não foi um dos melhores filmes indicados que vi até agora. Mas
esse é um gosto muito pessoal pois reconheço todas as qualidades do filme. Boa
direção de Adam McKay, bom roteiro, boas atuações, mas mesmo assim não
conseguiu me captar. Chegou a ser cansativo algumas vezes, mas algumas cenas
nos traziam de volta, como aquelas que algum famoso aparecia para explicar
algum conceito, teve participação da linda da Margot Robbie e da estrela teen
Selena Gomez. É certo que gerou debates quando terminei de assistir, mas não é
um filme que eu queira ver de novo. Ele é o típico cumprimento de função, vi
para o Oscar, pronto, já não vejo mais. Diferente dos outros que vi até agora,
pois quero assisti-los mais uma vez. Um ótimo filme só que com uma linguagem
tão difícil que pode afastar o público.
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