Quem
é fã de Sherlock sofre, as temporadas demoram a estrear e nunca temos uma
certeza de quando voltará, para nosso alivio de vez em quando surge um especial
de natal para matar a saudade, como foi o do ano passado, mas um episódio é
muito pouco para quem espera anos, até três episódios de uma temporada também
são, então sempre esperamos algo grandioso, que nos surpreenda, que seja melhor
do que já foi feito nas outras temporadas, que supere nos expectativas.
Infelizmente essa temporada não foi tudo o que estávamos esperando, mas algumas
cenas valeram a pena à espera.
Começamos
essa 4° temporada com a grande duvida: Moriarty está vivo? Seu ressurgimento foi
o plot do final da 3° temporada e assunto explorado no especial de natal, mas
de nada estávamos certos, afinal a série tem seu histórico de matar e ressuscitar
personagens, já aconteceu com o próprio Sherlock, Por que não poderia acontecer
com o Moriarty que é um vilão tão querido e carismático? Não darei spoiler só
digo que ele protagonizou uma das melhores cenas dessa temporada e ao som de
Queen ainda por cima reafirmando sua posição de diva.
E
por falar em mortos que ressurgem, nessa temporada também temos outro personagem
que morre e ficamos na duvida se irá reaparecer. É um personagem amado por
alguns e odiado por outros, uns acharam que já foi tarde e abriu espaço para
uma relação mais profunda entre Sherlock e John, sem ficar entre eles (coisa de
shipper) a altura dessa descrição talvez você já saiba quem é, só posso dizer
que não gostei da sua morte, era um personagem que ainda tinha muito para ser
explorado, logo agora que veríamos uma nova versão dele. Talvez conflitos
pessoais entre os atores tenham surgido e por isso sua saída ou talvez os
produtores quisessem fazer o que já citei e dar ao povo o que eles queriam,
alimentar os fãs que “shippam johnlock”
E
nessa nova temporada também vemos novas versões dos personagens principais.
Srta Hudson sempre foi uma personagem querida, mas inferiorizada de propósito e
nessa ela se afirma como alguém importante na trama e não apenas a faxineira
dos amigos. Inclusive ela também protagoniza uma das melhores cenas ao dirigir
de forma desgovernada um carro de luxo e passar um sermão para os que ficam
chocados com a cena (maravilhosa <3) temos Molly assumindo de uma vez por
todas que ama Sherlock e ele mais uma vez a iludindo (mesmo que dessa vez não propositalmente)
e não correspondendo.
Mycroft também tem bons momentos nessa temporada, aqui ele funciona como uma espécie de vilão e cutuca as feridas do passado do irmão, feridas que nem mesmo ele lembrava que existia. E surge um familiar dos dois que vai gerar muita confusão e momentos tensos. O 3° episódio da série é todo conduzido por essa pessoa e parece uma espécie de Jogos mortais, que foi diferente e interessante, mas destoou dos outros episódios, criando um novo enredo e novos conflitos, se esquecendo dos anteriores, fechou algumas lacunas, mas deixou outras abertas. Por exemplo, gostaria de ter visto mais da relação do John com sua filha, mas isso foi reduzido a uma cena fofa e só.
Por
falar em John, sabe as novas versões dos personagens? Aqui ele tem uma que
desagradou ao publico (mas ficou pior ainda depois que descobrimos que o flerte
entre os personagens era parte de um plano) e vemos um Martin Freeman no piloto
automático, ele é um ótimo ator, mas não dá o melhor dele aqui, ao contrario de
Benedict cumberbatch que mesmo com um roteiro esquisito consegue extrair sua
melhor atuação.
Sherlock
está mais viciado do que nunca e suas crises são onde Benedict entrega seu
melhor desempenho. Por vezes ele até se distancia do seu Sherlock confiante,
mas logo volta para seu personagem. Aqui ele está mais humano e consciente das
consequências dos seus atos. Sua insistência em se culpar pela morte de
determinado personagem citado acima é meio pedante, nem de longe parece o
Sherlock lúcido e racional de antes.
Mary
é uma personagem que foi sendo reduzida, enquanto a Srta Hudson foi elevada ela
foi diminuída e se tornou a preferida de Sherlock, o que não colou muito, até
os produtores parecem ter percebido essa derrapada e consertaram da pior forma
possível.
A
4° temporada de Sherlock teve mais momentos ruins do que bons, a edição
(especialmente do 1° episódio) foi apressada e descuidada, uma verdadeira
lambança, assim como alguns diálogos e partes do roteiro, mas mesmo em seu pior
momento a série é boa, agora o jeito é esperar para ver se os criadores Mark
Gatiss, Steven Moffat e o Steve Thompson farão uma nova temporada ou mandarão
os fãs pastar depois da enxurrada de criticas nas redes sociais.
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