segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Review Série The Crown


         Quem diria que The Crown ia chegar de fininho e passar a perna em Westworld (uma das melhores série de 2016 e que teve um grande publico) e Game Of thrones que fez uma excelente temporada e é amada por muita gente, mas The Crown ganhou o Globo de ouro como melhor série dramática e como melhor atriz de drama, provando a força que tem a Rainha Elizabeth e a família real, mesmo que indiretamente.
      The Crown é a série mais cara já produzida pela Netflix e narra a vida pessoal e a trajetória da Rainha Elizabeth que todos conhecemos, do seu casamento em 1947 até os dias atuais, por enquanto só há uma temporada com 10 episódios.
           Todos conhecemos a Rainha Elizabeth, vemos o quão ativa ela é ainda hoje, e sabemos que ela comanda com força e determinação o Reino Unido, e muitos filmes, mini séries e documentários já foram feitos a respeito dela, o próprio criador da série Peter Morgan é o roteirista de A Rainha outro filme com a presença de Elizabeth onde vemos uma mulher imponente que tem de lidar com as consequências da morte de sua nora a princesa Diana, uma princesa que foi muito amada pelo povo e gerou comoção com sua trágica morte, coisa que a Rainha não entendia e por isso nesse filme ela aparentava ser uma mulher fria e sem sentimentos, inclusive muito bem interpretada pela Helen Mirren que ganhou Oscar de melhor atriz em 2007 e agora a rainha da versão da atriz Claire Foy trás um pouco mais da humanidade e gentileza de Elizabeth.
           A série começa a partir do casamento da Rainha com Filipe, o Duque de Edimburgo, interpretado pelo Matt Smith (Doctor Who) com quem ela quase foi proibida de se casar mas como sempre foi decidida, bateu o pé e se casou por amor com ele. A série também mostra como o Filipe mais do que um marido ele era um súdito e não estava contente com isso. Ele era rebelde, queria aprender a pilotar mesmo tendo recebido ordem de sua esposa (aconselhada pelo primeiro ministro) que não o fizesse, tinha seu próprio clube de cavalheiros onde bebiam e farreavam a noite toda, flertava com mulheres e desafiava a sua. Sua esposa estava a par de tudo, ela também o confrontava e em um dos episódios eles brigam feio (com os jornalistas de plateia) e mesmo assim ela o amava e o queria ao seu lado.


          Ambos eram bons pais, mesmo não sendo os mais presentes e carinhosos do mundo. Vemos um pouco da infância do príncipe Charles e como ele era uma criança sensível. A série também mostra a relação da soberana com sua irmã a Princesa Margaret, interpretada pela Vanessa Kirby (Como eu era antes de você) que já é falecida, mas quando jovem era a versão de saias do príncipe Harry. Gostava de festas, da pompa da realeza, flertava abertamente com os homens e sempre estava envolvida em polemicas, um delas vetada pela sua irmã. A rainha mãe interpreta pela Victoria Hamilton também é uma figura bastante marcante. Não gostou nada de ter deixado de ser rainha e por ter sido substituída pela filha após a morte do marido, sua inveja era evidente.
         Um dos mais interessantes dos personagens é o primeiro ministro Winston Churchill, brilhantemente interpretado pelo John Lithgow. Winston é um personagem com uma bagagem imensa, teve vários títulos dentro da monarquia e do governo. Esteve na 1° Guerra mundial, lutou contra o partido Nazista na 2° guerra, ganhou um Nobel de Literatura e etc... Era um homem bom, mas ao mesmo tempo mandão, bateu de frente com a rainha algumas vezes, mas se tornou amigo e melhor conselheiro dela, a própria confiava muito nele. A série o amaciou demais nos episódios finais o fazendo perder metade sua presença e sua força, mas nada que interfira na admiração desse personagem tão bem construído.
          O elenco foi muito bem escolhido, todos já citados fazem um bom trabalho, mesmo o pai da rainha que apareceu pouco foi muito bem interpretado por Jared Harris. E não só o elenco principal, mas os coadjuvantes também. Claire Foy mereceu o seu Globo de ouro como melhor atriz de drama, pois ela reinventa a Rainha Elizabeth, sua interpretação é diferente de todas as outras já feitas, ela humaniza ela, deixando- a mais sensível aos problemas alheios, mostra sua educação, sua humildade e sua inteligência, mesmo tendo tido uma educação escolástica bem diferente das demais pessoas.
         Confesso que quando The Crown ganhou como melhor série de drama ela não era minha preferida (estava torcendo por Westworld), mas eu estava nos primeiros episódios da série e ela era para mim como um britânico da monarquia, frio e apático, mesmo que desde o começo eu soubesse reconhecer a importância histórica da série. Aos poucos a série foi aquecendo e enfim me fazendo se importar com ela e com seus personagens, hoje a recomendo muitíssimo, tanto pela sua qualidade técnica, por seus figurinos invejáveis e pelos cenários grandiosos, suas atuações, roteiro e principalmente por seu contexto histórico e tudo que podemos aprender com ela.

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